domingo, 22 de janeiro de 2012

É só o começo, mas um bom começo!

À direita, Edson Silva, Rhodolfo e Cícero (ao fundo desfocado): os autores dos gols são-paulinos; Márcio marcou o quarto contra

Acompanhar a partida entre São Paulo e Botafogo de Relações Públicas foi ver um time que queria começar forte para provar que não será mais um coadjuvante no ano de 2012. Cheio de reforços para esse ano e crente que pode fazer muito melhor do que tem feito desde 2008, quando ganhou seu último título, o São Paulo começou com uma formação bem ofensiva. Tendo Cícero, Fernandinho e Cortês construindo uma engrenagem que, futuramente, poderá ser muito interessante para a evolução do time. No primeiro tempo, Fernandinho jogava muito aberto e impedia as descidas de Cortês e Cícero aparecia como elemento surpresa para auxiliar na armação do time. Mesmo assim, o camisa 12 do Tricolor fez uma excelente partida e, como nas outras temporadas, apresentou um problema de não saber a hora de chutar e a hora de cruzar. Quase fez um golaço, mas Márcio fez grande defesa para evitar o gol que abriria o placar do jogo.

O São Paulo abriu o placar com Rhodolfo depois de cobrança de escanteio de Lucas. Curiosamente, primeira partida que o Lucas teve a função de cobrador de faltas, já que Dagoberto que fazia essa função e muito bem, diga-se de passagem. Daí para frente o São Paulo teve mais tranquilidade para jogar e o estreante Cortês, por enquanto indiscutível titular, começou a aparecer mais no jogo. Meio de campo funcionando bem na marcação e reparei que, para corrigir a falta de subidas de Piris pela direita, Leão posicionou Wellington que é veloz e toca bem a bola para ocupar aquele setor do campo, inclusive dando mais liberdade para Lucas se movimentar entre a lateral e a grande área. Ainda no primeiro tempo, Fernandinho se acertou com a dúvida de chutar ou cruzar e centrou com precisão na cabeça de Cícero para marca 2 a 0 para o São Paulo.

Segundo tempo e o São Paulo não tirou o pé do freio. Continuou com sua formação ofensiva, mas pecava no desespero de Luis Fabiano para fazer o primeiro da temporada acabava atrapalhando seus companheiros de ataque. Muito irritado com qualquer lance de “fominha” de seus companheiros, passaram a tentar colocar a bola para ele o tempo todo e isso limitava o São Paulo a apenas essa jogada. Entraram Casemiro (que eu descobri que, na verdade, é Casimiro e que ele usa uma espécie de nome artístico) e Maicon, fazendo sua estreia com a camisa tricolor, para as saídas de Fernandinho e Denilson. Assim, a equipe ficou um pouco mais rápida e variando mais suas jogadas.

Maicon, pelo que deu para perceber, é um jogador com um toque de bola diferenciado. Em duas situações deu passes que fizeram muita falta no ano passado. Em uma delas, Luis Fabiano perdeu na corrida para o zagueiro, mas se ganhasse, sairia na cara do gol num passe milimétrico de Maicon. Porém, o jogador é meio “tanque nas costas”. É habilidoso, mas quando deu seus dribles parecia estar correndo com um paraquedas. Mesmo assim, boa estreia. Outra estreia vinda do Figueirense, Edson Silva não teve trabalho algum em sua função de zagueiro, mas acabou marcando o terceiro gol após o universo mostrar que Luis Fabiano não faria um gol nessa partida. Um bate rebate, a bola sobra para o camisa 9 que carimba a zaga. No rebote, Edson Silva, que é a cara do Domingos, bateu meio torto, contou com o desvio na zaga e marcou o terceiro do São Paulo.

Já mais no final da partida o São Paulo preferiu cadenciar mais o jogo e aí as alterações de Leão fizeram efeito, já que com um meio de campo bem composto e de toque de bola, o Botafogo de RP não teve chance alguma de ir para cima do Tricolor. Quase com 40 minutos, um dos gols mais estranhos que vi na vida. Lucas cruza, Luis Fabiano cabeceia, Márcio defende em dois tempos, mas quando foi chutar a bola para escanteio, ainda no chão, acertou seu zagueiro e colocou para o próprio gol. SIM! GOL CONTRA DO GOLEIRO MÁRCIO! Aquele mesmo que era do São Paulo um tempo atrás. Final de jogo: 4 a 0 e a liderança isolada do Paulistão (que absurdo uma coisa dessas).

Ainda faltam Fabrício, Jadson e Rogério Ceni para o time que será chamado de titular, mas a impressão que ficou do esquema tático do São Paulo é das melhores. Um time rápido e que ataca constantemente. Foi apenas o Botafogo de Ribeirão Preto, mas fez o que um time grande deve fazer e goleou. Vamos aguardar os próximos desafios, principalmente contra times medianos no Morumbi, e ver aonde esse time pode chegar.

Hoje, durante a transmissão da Band e da Globo muito se falou do nome de Nilmar. É um jogador muito interessante para ocupar uma posição deixada por Dagoberto. Porém, tem ossos feitos de vidro, então pode ser que paguemos por um jogador que deve atuar bem abaixo das suas condições físicas e bem abaixo dos jogos que esperamos que ele jogue. Além dele, Mauro Naves informou que Osvaldo pode assinar essa semana e reforçar mais ainda o Tricolor. Se fizer isso de trazer Nilmar e Osvaldo, teremos um elenco fortíssimo para disputar Copa do Brasil (Copa dos Eliminados desesperados por Libertadores), ganhar um título pelo menos na temporada e recuperar o brio que o torcedor do São Paulo tanto tinha na época entre 2004 e 2008.

Claro, não poderia deixar de dizer: PARABÉNS, M1TO! Que volte logo e não precise de cirurgia. Se precisar, é bem provável que o fim do ciclo dele como jogador do São Paulo se encerre mais cedo. O que seria uma pena para o torcedor do São Paulo e para o futebol.

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